Postagens

Mostrando postagens de agosto, 2015

Um pequeno retrato nosso

"Nunca um prefeito pensou tanto no coletivo sem fazer concessões. Marta, que também revolucionou o transporte coletivo em sua gestão, fazia concessões como a construção do túnel Rebouças, por exemplo. Haddad não. Fez aquilo que se faz em toda cidade grande de primeiro mundo, criou dificuldades para os carros e investiu nas bicicletas. Mas como convencer pessoas que foram criadas com a ideia de que carro simboliza o ápice do sucesso e que entram em prestações eternas para ter conforto e demonstrar algum tipo de ascensão social a andar de bicicleta? Um vídeo que circulou nas redes sociais mostra uma bicicleta andando mais rápido do que um carro na Marginal Pinheiros. Em outros lugares do mundo, isso faria as pessoas largarem o carro. Aqui, muda-se de prefeito". O texto completo está  aqui . Peguei esse trecho pois acho que ele resume bem o artigo, disponível ai pra quem quiser ler. Estava andando pelo facebook e me deparei com essa matéria falando sobre a provável derrota

Voltando ao normal...será?

Depois de um dos quinze dias mais acelerados dos últimos anos parece que finalmente meu segundo semestre começa. Reformei minha velha casa (só por dentro ainda) e me mudei há pouco mais de duas semanas. Abri meu próprio consultório. Mas antes de tudo se concretizar eu esperei. Esperei. Esperei muito. E esperar pra ansioso é o mesmo que passar fome pra quem tá de dieta. Um sacrifício. Infernal. Esperei intensamente a volta do meu filho que foi fazer intercâmbio na Alemanha em fevereiro de 2014. Ele já é adulto. Tem 23 anos. Meu primogênito. Mas sou uma mãe que engole a cria. Lacan  que me ature. Mãe sempre quer filho pro perto. Não sou diferente de ninguém. Tô falando das mães de verdade, não de quem tem filho e terceiriza por vontade própria tudo o que diz respeito à criança. Sei que tem muitas que precisam terceirizar. A estas minha homenagem, pois são heroínas em dupla jornada de vida. Bom, mas tava falando da espera. Esperei muito por esse menino. Na minha cabeça ele não che

Dia dos Pais

Esse é o fim de semana dos pais. Quem tem o seu, por favor aproveite. O meu não se deixou ser aproveitado pelos filhos. Não quis. Isso foi o que pensei por anos. Mas ele não pode. Alcoólatra desde os 13 anos. Dá pra imaginar o estrago que isso faz na vida de um ser humano e sua família. Mas a verdade é que como filho a gente só se sente rejeitado, na infância não tem como elaborar isso nem ter nenhuma compreensão da profundidade do problema. E por não deixar a gente se aproximar ele sempre foi sozinho. Herdei essa forte sensação de solidão. Filhos de pais alcoólatras têm poucas lembranças da infância. Pelo menos das boas. Não têm as boas recordações de aniversário, Natal, Páscoa...Essas datas são sempre um martírio pois a pessoa se embriaga e estraga a festa. Ou nem acontece a festa se a pobreza material não permite nem a comida do dia a dia, que dirá festas. Filhos de pais alcoólatras acham todas as garrafas de bebidas lindas. Talvez pra tentar entender a sedução que aquilo ex

O que faz um psicanalista?

Digo que ele começa fazendo mais. Pega na mão do paciente (metaforicamente) e vai com ele a seu destino mostrando as paisagens do percurso. O destino, antes incerto, escuro e assustador, tende a ir se modificando à medida que o analisando se compromete e se esforça em ver os detalhes das paisagens pelo caminho. A viagem começa numa estação conhecida, mas que não era percebida em suas especificidades anteriormente. O analisando vê que uma parede enorme, por exemplo, na verdade tinha uma porta que ele não via, mas estava bem na sua frente todo aquele tempo. Mas quem vê são seus olhos, não os do analista. O que este faz é apenas sugerir que ele olhe novamente para aquele muro e diga o que vê. Às vezes são necessárias várias novas miradas para que as ranhuras, o desgaste do concreto e a porta inédita no imaginário sejam vistos. Conforme o analisando vai enxergando as particularidades do percurso, ele vai soltando, sem perceber, a mão do analista. Já se move no ambiente sem precisar de