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Mostrando postagens de 2016

Nossas idiossincrasias brasilianas

E depois de uma crise de pânico desse mundo (no real do corpo), ainda deitada, comecei a normalizar as sinapses. . . . . Interessante que ouvimos sem parar que luta de classe não existe e é coisa de marxista-maconheiro-de humanas que não faz nada e tem tempo de pensar essas merdas. Tá. Vou nem falar do mundo. Vou ficar só com uns dados da terra brasilis. O que temos visto explodir desde junho de 2013 é o quê? O que você acha que é ese rebuliço que toma conta das ruas e que parece briga de torcida? Jovens na rua tomando porrada da polícia, jornalistas ficando cegos por tiros de balas de borracha, morrendo. O rapaz que portava o pinho sol preso até hoje por ter PORTADO PINHO SOL na mochila. Jovens ocupando mais de 1200 escolas sob o silenciamento ou a criminalização massacrantes da mídia que detém o dinheiro no país. Sendo alvos recentes da tortura autorizada pelo Estado. O que vc acha que é classe média  paneleira na avenida Paulista (porque uma parcela não o é) tendo cobe

Sobre a vida e suas dificuldades

Sou a única em minha família que entrou num doutorado. Se vou sair viva dele, é outra história rs... Como uma pessoa introspectiva de nascença (minha mãe sofreu um retraimento no útero na hora do parto  ao invés de expulsar o bebê e isso afetou a minha maneira de ser desde então), sempre fui quieta (passei raspando centímetros do autismo) e boa aluna. Detestava a escola. Porque eu não socializava. Mas amava estudar. Por ser muito pobre, a minha alegria era me trancar na biblioteca pública e ler tudo o que eu podia. Nunca consegui aprender matemática, física e química. Mas português, redação, literatura e história eu amava. E era isso que eu ficava degustando nas horas a fio naquela pequena biblioteca num canto da praça da cidade. Quando soube que foi demolida e deu lugar a um anfiteatro, me doeu como se tivesse perdido alguém querido  ... Estudei muito, incentivada por minha mãe, que não queria que eu tivesse que ser dona de casa por falta de opção. Me tirava da cozinha e me mand

A TRÁGICA " ERA PT" ILUSTRADA POR NÚMEROS

Peguei esse texto do Vinicius Costa no Facebook.  Bom, vamos aos números: 1) FOME : O Brasil reduziu em 82,1% o número pessoas subalimentadas no período de 2002 a 2014. A queda é a maior registrada entre as seis nações mais populosas do mundo, e também é superior a média da América Latina, que foi de 43,1%. O Brasil saiu do Mapa da Fome. 2) EDUCAÇÃO : O número de matrículas no ensino superior dobrou com Lula e Dilma; passou de 3,5 milhões em 2002 para mais de 7 milhões em 2015. O número de Mestres e Doutores, assim como de cursos de pós graduação , também mais do que dobraram. 3) PIB: no fim do governo FHC o Brasil figurava como a 13° maior economia do Mundo . Em 2011, sob o comando da (ex) Presidente Dilma chegamos a ser a 6° maior economia do Mundo , à frente de países como a Inglaterra. Hoje, após o período de crise e da forte desvalorização cambial, somos a 9° economia do Mundo. O PT pegou o país em 13° e entregou em 9° 4) DESIGUALDADE : segundo o índice de Gini, a desigual

Trabalhadores do mundo, uni-vos!

A frase do manifesto comunista escrito oor Karl Marx é o que me vem à mente no dia de hoje: é dia do trabalhador, e não do trabalho como se confunde por aí. Dia da classe que vende a sua força de trabalho para um sistema que também quer sua alma.  Trabalhadores que se privam mais ainda do que poderiam ter para criar seus filhos. E é em nome desses trabalhadores pais e futuros trabalhadores filhos que a esquerda brasileira não tem o direito de fazer discurso da derrota. Já temos a mídia manipulada e paga para isso. Por conta dos acontecimentos hediondos da esfera política brasileira, estamos amedrontados. Mas não há derrota. Há luta. "Nada a fazer, senão esquecer o medo". Os milhões de trabalhadores que hoje são lembrados nesse primeiro de maio não precisam de medo ou derrota. Esse discurso de fim da linha para a esquerda no Brasil é plantado por essa "mídia nojo" e não pode dar frutos. Os que precisam do Bolsa Família, Prouni, Pronatec, incentivo de agricultura

A depressão e o tempo

Estamos vivendo em tempos estranhos. Estamos imersos num sistema de aceleração de todas as coisas e processos, que nos tem levado a todos a um estado de exaustão que não nos deixa. Vivemos uma esquizofrenia psíquica porque, além de acelerados e ansiosos, estamos também deprimidos. E é interessante como essa coisa chamada tempo se processa numa pessoa que está num estado deprimido. O descompasso se inicia ao primeiro abrir dos olhos pela manhã. Na verdade, ele já está instalado porque a noite anterior não foi de descanso, pois o estado ansioso atrapalhou por demais o sono, durante o qual não se teve a experiência da profundidade. O tempo parece um grande navio embora a gente quisesse que ele fosse um jato. E aí o nossa mente e espírito começam a batalha de desacelerar o impossível.  Pelo menos para quem está de fora. Levantar da cama para ir ao banheiro já é uma tarefa olímpica. Engraçado que os minutos andam da mesma maneira, mas o corpo refém da mente rebelde se agarra nos pontei

Juntar os amigos

Estava aqui agorinha mesmo numa brincadeira via Facebook e me dei conta de como gosto de juntar as pessoas. Gosto de receber. De celebrar junto. De gargalhar junto. Gosto de estar perto dos que eu gosto. Tenho meus momentos introspectivos. Sou introspectiva por natureza, e utilizo o humor e as reuniões de amigos para sair da concha. Sorte eu tive de casar com alguém que também gosta de receber. Somos um casal de anfitriões. Meu marido, internacionalmente conhecido como Cazalberto, gosta de alimentar as pessoas. Eu falo besteira. Quer ambiente mais legal do que recheado a comida e boas risadas? Pois é. Mas isso tem sido cada vez mais difícil. A vida anda muito corrida e ninguém tem tempo, nem a gente que gosta tanto. Mas acho que também nos falta vontade de verdade. A aceleração da vida nos faz desejar a nossa cama como o amor da nossa vida, e interagir depois de um dia cheio de trabalho e pepinos fica complicado muitas vezes. Mas aí é que eu acho que a gente tem que se esforçar. Po

Eram deuses os intelectuais?

Penso que se, a Universidade ou Academia, fosse mais entranhada na sociedade e não encastelada intramuros, com certeza a discussão política que está acontecendo hoje seria mais rica.  Penso que devemos voltar a ser os intelectuais que tanto sonhamos: cara a cara com a galera, palestrando, discutindo,  argumentando, enriquecendo a luta. E não fazer isso apenas em tempos extremos. Mas ainda bem que estamos fazendo isso hoje nesse tempo de treva político - econômica - midiática. Colegas queridos têm colocado "textão" justamente para trazer um pouco de diversidade na arena de guerra que virou a rede social. Terra de fanatismo e ódio que precisamos,  veementemente, combater com discussões bem fundamentadas. O ruim é que outros queridos às vezes só lêem o título e puxam o gatilho. Já aconteceu de se perguntar: "mas vc leu o texto?". "Ih, li não. Só li o titulo". E isso aconteceu com amigos pós- graduados. O que me leva a outro ponto: nível de escolaridade quer

Democracia, exageros e midia

Este post seria antes do que publiquei ontem. Mas tudo bem. Trouxe do Facebook pra cá. Penso que estamos vivendo dias surreais e maravilhosos numa democracia. Dias de luta. Dias de sentimento forte e nó na garganta. Há exageros e crimes dos dois lados? Há. Muitos. E acho o crime do PT até mais grave,  por sua herança histórica. Quem se proclama de esquerda não faz as aliancas espúrias que fez o partido do qual um dia fiz parte. O fato é que hoje vemos algo inédito na nossa jovem República. As pessoas de verdade se envolvendo. Não estou falando dos aproveitadores e marqueteiros de si mesmos. E de muita gente arrogante que quer só o seu pirão e dane-se o resto. Estes existem dos "dois" lados (embora haja muito mais lados nessa história) além de, como se diz, um mimimi sem fim. Bem... a corrupção endêmica e sistêmica no Brasil chegou ao fundo do poço. Os políticos não conseguem mais se esconder como antes porque o avanço tecnológico nos permite ver em tempo real a vida acont

Brasil: cordialidade, luta de classes e democracia

Penso que a falseada cordialidade amplamente pregada no Brasil está sendo posta à prova e desmontada. O que estamos presenciando é a luta de classes em estado brutal. Por mais educados que tentemos ser, todos temos posições a ser defendidas e lados a ser seguidos. Ninguém é neutro nessa História que estamos vivendo em tempo real. Por isso que se torna tão surreal. De tão real que é. E por isso os xingamentos nos assustam. Porque fomos docilizados historicamente como povo e vemos tudo como afronta. Mas, luta é, por si só, bruta. É feroz. É insana. Foi assim no início do capitalismo e a cada crise que o sistema enfrenta. E estamos desde 2008 no meio desse furacão mundial. O vento veio com força e chegou aqui. Um país estratégico como o Brasil não ia passar incólume por isso. O mundo hoje passa por uma ofensiva conservadora. Na Europa estão queimando refugiados, nos EUA um extremo conservador pode virar presidente e, claro, a América Latina (com orgulho!) está na roda. Fatos históricos

Ainda podemos ser mulheres

Hoje é comemorado o Dia da Mulher. Significativo. Forte. Vem da luta por um mundo igualitário. E fico muito feliz por hoje ter uma voz que antes era silenciada. Mas a verdade é que me embruteci. Agora acho que não posso mais chorar nem ser frágil. Com orgulho das minhas conquistas, muitas vezes desvalorizo minha mãe,  minhas tias, minhas avós, porque porque as considero submissas demais. Mas não posso querer que elas pensem como eu.  São de uma geração anterior onde tudo era muito diferente. E elas também foram felizes a seu modo. Hoje não sou apenas reprodutora, mas muitas vezes me comporto assim, querendo que a escola ou a babá ou a avó eduque meus filhos porque estou cansada ou simplesmente porque posso pagar. As conquistas me trouxeram independência e doses extras de trabalho e preocupação, e nem sempre consigo lidar com elas. Mas tenho vergonha de falar porque me acharão fraca nesse mundo de mulheres sempre vencedoras nos filmes e capas de revistas. Não, nem sempre venço

Libido, ansiedade e depressão.

É isso mesmo. Libido , essa que move nosso cotidiano. Foi o assunto de hoje num grupo virtual que administro e que a ansiedade e a depressão atingem diretamente. Mas... como começou essa história da gente começar a falar disso na vida? Por Freud ter ficado muito conhecido por inaugurar a teoria da sexualidade infantil e falar abertamente em sexualidade em sua época, passamos a achar que libido se trata só de energia para o sexo. É isso e não é. Como assim?  Libido é a nossa energia de vida. E como somos seres que possuem em si instintos (também chamado mais atualmente de pulsões), são dois os instintos/pulsões primordiais que nos governam: de vida (movimento) e de morte (repouso) . Por isso, o instinto é algo que está  por assim dizer englobado no que se chama libido. Ela é a energia que usamos para viver. Por ser uma energia que está dentro do nosso corpo e da nossa psique, a libido age diretamente na nossa vontade de fazer a vida andar. Nossa criatividade, disposição para fazer

O início, o fim e o meio

A frase de Raul Seixas traduz bem o momento. Fim de férias, início de ano e no meio um monte de atividades que já nos perseguem igual a um sonho recorrente. Muitas atividades. Muitos livros pra ler. Tenho pelo menos 10 na lista dos atrasados. Mais uns 358 na fila dos "a ser adquiridos". Acabou a folga. Se bem que eu não tive folga. Então nem acabou. Apenas o calendário virou, mas os mesmos livros, contas, problemas de família e a gastrite de 30 anos continuam comigo no ano novo. Mas tá bom (ou não). 2015 foi um ano brabo, cansativo, onde pude exercitar a esperança, a fé e o amor. Tudo o que eu coloquei no post anterior a esse. Um ano de provas e crescimento que seguirão seu curso esse ano. Na lista de coisas da vida estou tentando terminar meu site. E, como toda mulher que tem marido das informáticas, é um inferno. Faz tudo pra qualquer um. Mas não sou qualquer uma e por isso fico sem mesmo. No consultório aos poucos a vida vai tomando vulto e pacientes vão chegando. Ind