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Mostrando postagens de março, 2016

Juntar os amigos

Estava aqui agorinha mesmo numa brincadeira via Facebook e me dei conta de como gosto de juntar as pessoas. Gosto de receber. De celebrar junto. De gargalhar junto. Gosto de estar perto dos que eu gosto. Tenho meus momentos introspectivos. Sou introspectiva por natureza, e utilizo o humor e as reuniões de amigos para sair da concha. Sorte eu tive de casar com alguém que também gosta de receber. Somos um casal de anfitriões. Meu marido, internacionalmente conhecido como Cazalberto, gosta de alimentar as pessoas. Eu falo besteira. Quer ambiente mais legal do que recheado a comida e boas risadas? Pois é. Mas isso tem sido cada vez mais difícil. A vida anda muito corrida e ninguém tem tempo, nem a gente que gosta tanto. Mas acho que também nos falta vontade de verdade. A aceleração da vida nos faz desejar a nossa cama como o amor da nossa vida, e interagir depois de um dia cheio de trabalho e pepinos fica complicado muitas vezes. Mas aí é que eu acho que a gente tem que se esforçar. Po

Eram deuses os intelectuais?

Penso que se, a Universidade ou Academia, fosse mais entranhada na sociedade e não encastelada intramuros, com certeza a discussão política que está acontecendo hoje seria mais rica.  Penso que devemos voltar a ser os intelectuais que tanto sonhamos: cara a cara com a galera, palestrando, discutindo,  argumentando, enriquecendo a luta. E não fazer isso apenas em tempos extremos. Mas ainda bem que estamos fazendo isso hoje nesse tempo de treva político - econômica - midiática. Colegas queridos têm colocado "textão" justamente para trazer um pouco de diversidade na arena de guerra que virou a rede social. Terra de fanatismo e ódio que precisamos,  veementemente, combater com discussões bem fundamentadas. O ruim é que outros queridos às vezes só lêem o título e puxam o gatilho. Já aconteceu de se perguntar: "mas vc leu o texto?". "Ih, li não. Só li o titulo". E isso aconteceu com amigos pós- graduados. O que me leva a outro ponto: nível de escolaridade quer

Democracia, exageros e midia

Este post seria antes do que publiquei ontem. Mas tudo bem. Trouxe do Facebook pra cá. Penso que estamos vivendo dias surreais e maravilhosos numa democracia. Dias de luta. Dias de sentimento forte e nó na garganta. Há exageros e crimes dos dois lados? Há. Muitos. E acho o crime do PT até mais grave,  por sua herança histórica. Quem se proclama de esquerda não faz as aliancas espúrias que fez o partido do qual um dia fiz parte. O fato é que hoje vemos algo inédito na nossa jovem República. As pessoas de verdade se envolvendo. Não estou falando dos aproveitadores e marqueteiros de si mesmos. E de muita gente arrogante que quer só o seu pirão e dane-se o resto. Estes existem dos "dois" lados (embora haja muito mais lados nessa história) além de, como se diz, um mimimi sem fim. Bem... a corrupção endêmica e sistêmica no Brasil chegou ao fundo do poço. Os políticos não conseguem mais se esconder como antes porque o avanço tecnológico nos permite ver em tempo real a vida acont

Brasil: cordialidade, luta de classes e democracia

Penso que a falseada cordialidade amplamente pregada no Brasil está sendo posta à prova e desmontada. O que estamos presenciando é a luta de classes em estado brutal. Por mais educados que tentemos ser, todos temos posições a ser defendidas e lados a ser seguidos. Ninguém é neutro nessa História que estamos vivendo em tempo real. Por isso que se torna tão surreal. De tão real que é. E por isso os xingamentos nos assustam. Porque fomos docilizados historicamente como povo e vemos tudo como afronta. Mas, luta é, por si só, bruta. É feroz. É insana. Foi assim no início do capitalismo e a cada crise que o sistema enfrenta. E estamos desde 2008 no meio desse furacão mundial. O vento veio com força e chegou aqui. Um país estratégico como o Brasil não ia passar incólume por isso. O mundo hoje passa por uma ofensiva conservadora. Na Europa estão queimando refugiados, nos EUA um extremo conservador pode virar presidente e, claro, a América Latina (com orgulho!) está na roda. Fatos históricos

Ainda podemos ser mulheres

Hoje é comemorado o Dia da Mulher. Significativo. Forte. Vem da luta por um mundo igualitário. E fico muito feliz por hoje ter uma voz que antes era silenciada. Mas a verdade é que me embruteci. Agora acho que não posso mais chorar nem ser frágil. Com orgulho das minhas conquistas, muitas vezes desvalorizo minha mãe,  minhas tias, minhas avós, porque porque as considero submissas demais. Mas não posso querer que elas pensem como eu.  São de uma geração anterior onde tudo era muito diferente. E elas também foram felizes a seu modo. Hoje não sou apenas reprodutora, mas muitas vezes me comporto assim, querendo que a escola ou a babá ou a avó eduque meus filhos porque estou cansada ou simplesmente porque posso pagar. As conquistas me trouxeram independência e doses extras de trabalho e preocupação, e nem sempre consigo lidar com elas. Mas tenho vergonha de falar porque me acharão fraca nesse mundo de mulheres sempre vencedoras nos filmes e capas de revistas. Não, nem sempre venço