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Mostrando postagens de outubro, 2015

A menina que rabiscava livros

Muito introvertida. Silenciosa. Tanto que quem a conheceu depois custa a acreditar. Mas a verdade é que ela não queria viver nesse mundo. Só no da sua imaginação. Que era nevoada e cinza. Ela amava livros. Mas não os tinha. Sua vontade era ler todos os que encontrasse. Mas a sua busca continuou por muito tempo ainda. A biblioteca pública da cidade do interior era o que bastava para trazer algum sorriso àqueles lábios que pouco se mexiam. Não queria gastar palavras, pois era a única coisa que tinha dentro de si. Não havia bonecas, roupas, mimos. Palavras eram o seu bem mais precioso. Por isso ela as guardava para si. As tardes na biblioteca eram libertadoras. Ia desde dicionários a livros de História e romances. Não possuía preconceito intelectual. Seus olhos devoravam textos como bebês famintos, e o que conseguia digerir passava para o caderno a lápis. As outras pessoas a olhavam escrever porque era canhota e possuía aquele maneirismo estranho dos canhotos para pegar no lápis e corr