Libido, ansiedade e depressão.
É isso mesmo. Libido, essa que move nosso cotidiano.
Foi o assunto de hoje num grupo virtual que administro e que a ansiedade e a depressão atingem diretamente. Mas... como começou essa história da gente começar a falar disso na vida?
Por Freud ter ficado muito conhecido por inaugurar a teoria da sexualidade infantil e falar abertamente em sexualidade em sua época, passamos a achar que libido se trata só de energia para o sexo. É isso e não é. Como assim?
Libido é a nossa energia de vida. E como somos seres que possuem em si instintos (também chamado mais atualmente de pulsões), são dois os instintos/pulsões primordiais que nos governam: de vida (movimento) e de morte (repouso) .
Por isso, o instinto é algo que está por assim dizer englobado no que se chama libido. Ela é a energia que usamos para viver. Por ser uma energia que está dentro do nosso corpo e da nossa psique, a libido age diretamente na nossa vontade de fazer a vida andar. Nossa criatividade, disposição para fazer as coisas da vida, o sexo e, literalmente a vontade de viver, é, segundo a ótica da Psicanálise, a nossa libido em ação.
Percebam que o sexo no sentido do ato em si é apenas uma parte. Mas a energia sexual é algo bem mais amplo. A libido é a energia sexual de cada um. A energia sexual, de ser quem somos, de constituir nossa humanidade, é primordial para que continuemos vivos e em sociedade.
E por que estou falando disso?
Porque quando estamos em estados "transtornados" como a depressão e a ansiedade, a nossa libido é atingida diretamente. Na depressão essa energia pode ir quase a zero (estamos sendo manipulados aí pela pulsão de morte, do repouso final e absoluto), vide tantas pessoas que infelizmente morrem em decorrência de um estado depressivo em alto grau.
Na ansiedade podemos até ficar mais sexuais, e o ato nos alivia desse "caminhão em alta velocidade". Mas pode ocorrer também que a gente fique tanto tempo com o pensamento acelerado em decorrência do estado ansioso que ocorra em nós um esgotamento de energia e não queiramos nem ouvir falar de fazer sexo.
Não existe uma quantidade ideal de relações sexuais para se considerar uma pessoa saudável. O que pode ser considerado fora da curva é o excesso ou a ausência de vontade para o sexo. E aí é preciso uma investigação junto ao médico e/o ao terapeuta para que possamos lidar com nosso descompasso.
Remédios para transtorno de ansiedade e depressão também tendem a alterar nosso estado dito normal, nos colocando acima ou abaixo dessa linha. Infelizmente o excesso de medicalização em que vive a nossa sociedade hoje tem afetado diretamente nossa libido.
Ou seja, parece que nos encontramos numa encruzilhada: se ficamos usar medicamento e temos uma falta de vontade ou muito dela para o sexo, pode ser que ele ajude. Pode ser, porque nem todo caso de ausência ou excesso de vontade de sexo se reduz a medicamento. Por isso a importância de se dar entrada num processo terapêutico, pois, tem um ponto que parece ser primordial em relação a isso: nossa infância tem muito muito a nos dizer sobre o adulto que somos hoje. Pode ser que nosso descompasso sexual tenha a ver com coisas que nem lembramos mais (na linguagem psicanalítica, ficaram recalcadas...bem vindos, não foi a Valesca Popozuda que inventou esse termo) e a análise pode entrar aí como uma grande aliada na descoberta e resolução de uma gama enorme de nossos problemas ditos de ordem sexual ou não. mas o fato é que SOMOS seres sexuais.
Mas a libido, como já disse, não não se reduz à vontade para o ato sexual em si. Como ela é algo muito mais abrangente, ela também "regula" essa parte da nossa vida. Um exemplo: é só perceber que, quando estamos muito cansados e sem energia, queremos a cama, mas não o sexo nela e nem algo que demande organização de pensamento e criatividade de nossa parte. Só queremos dormir naquele momento.
Mas como fazer quando passamos pela vida querendo só dormir, numa ausência dessa movimento para a vida mesma, ou só acelerados e esgotados? Como resolver essa dissonância?
Penso que um processo analítico à beira do divã tenha muito a nos dizer.
Foi o assunto de hoje num grupo virtual que administro e que a ansiedade e a depressão atingem diretamente. Mas... como começou essa história da gente começar a falar disso na vida?
Por Freud ter ficado muito conhecido por inaugurar a teoria da sexualidade infantil e falar abertamente em sexualidade em sua época, passamos a achar que libido se trata só de energia para o sexo. É isso e não é. Como assim?
Libido é a nossa energia de vida. E como somos seres que possuem em si instintos (também chamado mais atualmente de pulsões), são dois os instintos/pulsões primordiais que nos governam: de vida (movimento) e de morte (repouso) .
Por isso, o instinto é algo que está por assim dizer englobado no que se chama libido. Ela é a energia que usamos para viver. Por ser uma energia que está dentro do nosso corpo e da nossa psique, a libido age diretamente na nossa vontade de fazer a vida andar. Nossa criatividade, disposição para fazer as coisas da vida, o sexo e, literalmente a vontade de viver, é, segundo a ótica da Psicanálise, a nossa libido em ação.
Percebam que o sexo no sentido do ato em si é apenas uma parte. Mas a energia sexual é algo bem mais amplo. A libido é a energia sexual de cada um. A energia sexual, de ser quem somos, de constituir nossa humanidade, é primordial para que continuemos vivos e em sociedade.
E por que estou falando disso?
Porque quando estamos em estados "transtornados" como a depressão e a ansiedade, a nossa libido é atingida diretamente. Na depressão essa energia pode ir quase a zero (estamos sendo manipulados aí pela pulsão de morte, do repouso final e absoluto), vide tantas pessoas que infelizmente morrem em decorrência de um estado depressivo em alto grau.
Na ansiedade podemos até ficar mais sexuais, e o ato nos alivia desse "caminhão em alta velocidade". Mas pode ocorrer também que a gente fique tanto tempo com o pensamento acelerado em decorrência do estado ansioso que ocorra em nós um esgotamento de energia e não queiramos nem ouvir falar de fazer sexo.
Não existe uma quantidade ideal de relações sexuais para se considerar uma pessoa saudável. O que pode ser considerado fora da curva é o excesso ou a ausência de vontade para o sexo. E aí é preciso uma investigação junto ao médico e/o ao terapeuta para que possamos lidar com nosso descompasso.
Remédios para transtorno de ansiedade e depressão também tendem a alterar nosso estado dito normal, nos colocando acima ou abaixo dessa linha. Infelizmente o excesso de medicalização em que vive a nossa sociedade hoje tem afetado diretamente nossa libido.
Ou seja, parece que nos encontramos numa encruzilhada: se ficamos usar medicamento e temos uma falta de vontade ou muito dela para o sexo, pode ser que ele ajude. Pode ser, porque nem todo caso de ausência ou excesso de vontade de sexo se reduz a medicamento. Por isso a importância de se dar entrada num processo terapêutico, pois, tem um ponto que parece ser primordial em relação a isso: nossa infância tem muito muito a nos dizer sobre o adulto que somos hoje. Pode ser que nosso descompasso sexual tenha a ver com coisas que nem lembramos mais (na linguagem psicanalítica, ficaram recalcadas...bem vindos, não foi a Valesca Popozuda que inventou esse termo) e a análise pode entrar aí como uma grande aliada na descoberta e resolução de uma gama enorme de nossos problemas ditos de ordem sexual ou não. mas o fato é que SOMOS seres sexuais.
Mas a libido, como já disse, não não se reduz à vontade para o ato sexual em si. Como ela é algo muito mais abrangente, ela também "regula" essa parte da nossa vida. Um exemplo: é só perceber que, quando estamos muito cansados e sem energia, queremos a cama, mas não o sexo nela e nem algo que demande organização de pensamento e criatividade de nossa parte. Só queremos dormir naquele momento.
Mas como fazer quando passamos pela vida querendo só dormir, numa ausência dessa movimento para a vida mesma, ou só acelerados e esgotados? Como resolver essa dissonância?
Penso que um processo analítico à beira do divã tenha muito a nos dizer.
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