O ÓDIO FAZ PARTE DE NÓS
O ódio faz parte da nossa constituição humana.
A agressividade é tão pulsional, presente e verdadeira na nossa psique como o amor. Os dois parecem ter uma mesma intensidade e capacidade de nos absorver por completo.
Sentir raiva faz parte dos nossos sentimentos, e ela pode ser produtiva de uma forma benéfica. Como assim?
Em vários textos seus Freud falou do ódio como parte instinto humano; Lacan falou disso que sentimos desde pequenos quando chega um irmãozinho, o que ele chamou de complexo de intrusão, aquele ódio que sentimos por sermos deslocados do nosso trono de glória pelos nossos país, que o dão ao bebê que chegou sem nos consultar.
Por outro lado, a agressividade está ligada à atividade, ao impulso de realizar, não é só para dizimar o outro, embora isso seja parte dela. A nossa dificuldade em nos relacionarmos muitas vezes está relacionada a essa vontade de extinguir quem pensa diferente, por exemplo. Como as leis nos 'impedem' de matar o próximo, tomamos a tal da antipatia por algumas pessoas, às vezes com razão, às vezes sem...o tal do ranço, como se diz na linguagem mais popular hoje.
Mas a agressividade e mesmo o ódio pode servir para o bem da tribo. Ele pode se transformar numa indignação produtiva: nos fazer lutar por uma causa com afinco, lutar contra injustiças e nos deixar alertas e com um senso de preservação.
As religiões tanto sabem da existência real do ódio e seus correlatos na natureza humana que falam sobre isso, no sentido de aprendermos a equilibrar a dose. Sentir raiva faz parte do que somos, apenas precisamos ficar alertas para as consequências no caso de perdermos o controle.
Fingir que não estamos sentindo raiva pode nos tornar cínicos e falsos, pois esconder um sentimento tão avassalador requer tanto trabalho psíquico que esconder qualquer coisa depois disso passa a ser fichinha.
O melhor que podemos fazer é não negar o que estamos sentindo e tentar dar um destino que não machuque quem dizemos amar. Sentir raiva, ódio, ficar agressivo faz parte da nossa natureza. Ao negarnos a existência desse tipo de impulso em nós estamos nos enganando e perdendo a oportunidade de usar a força desse sentimento e lutar por algo que valha a pena.
Psicanálise pura e simples assim.
Crica Viegas
A agressividade é tão pulsional, presente e verdadeira na nossa psique como o amor. Os dois parecem ter uma mesma intensidade e capacidade de nos absorver por completo.
Sentir raiva faz parte dos nossos sentimentos, e ela pode ser produtiva de uma forma benéfica. Como assim?
Em vários textos seus Freud falou do ódio como parte instinto humano; Lacan falou disso que sentimos desde pequenos quando chega um irmãozinho, o que ele chamou de complexo de intrusão, aquele ódio que sentimos por sermos deslocados do nosso trono de glória pelos nossos país, que o dão ao bebê que chegou sem nos consultar.
Por outro lado, a agressividade está ligada à atividade, ao impulso de realizar, não é só para dizimar o outro, embora isso seja parte dela. A nossa dificuldade em nos relacionarmos muitas vezes está relacionada a essa vontade de extinguir quem pensa diferente, por exemplo. Como as leis nos 'impedem' de matar o próximo, tomamos a tal da antipatia por algumas pessoas, às vezes com razão, às vezes sem...o tal do ranço, como se diz na linguagem mais popular hoje.
Mas a agressividade e mesmo o ódio pode servir para o bem da tribo. Ele pode se transformar numa indignação produtiva: nos fazer lutar por uma causa com afinco, lutar contra injustiças e nos deixar alertas e com um senso de preservação.
As religiões tanto sabem da existência real do ódio e seus correlatos na natureza humana que falam sobre isso, no sentido de aprendermos a equilibrar a dose. Sentir raiva faz parte do que somos, apenas precisamos ficar alertas para as consequências no caso de perdermos o controle.
Fingir que não estamos sentindo raiva pode nos tornar cínicos e falsos, pois esconder um sentimento tão avassalador requer tanto trabalho psíquico que esconder qualquer coisa depois disso passa a ser fichinha.
O melhor que podemos fazer é não negar o que estamos sentindo e tentar dar um destino que não machuque quem dizemos amar. Sentir raiva, ódio, ficar agressivo faz parte da nossa natureza. Ao negarnos a existência desse tipo de impulso em nós estamos nos enganando e perdendo a oportunidade de usar a força desse sentimento e lutar por algo que valha a pena.
Psicanálise pura e simples assim.
Crica Viegas
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