O TEMPO DE CADA UM
Muito cedo ou muito tarde? Qual o tempo certo de processar o que nos acontece e seguir a vida? Julgamos muitas atitudes das pessoas pelo tempo que achamos correto para que elas façam tais coisas.
Uma pessoa querida fica viúva ou se separa de alguém que ela amou profundamente. Aparece 6 meses depois com outra pessa e nossa cara não esconde o "já????", como se isso nos dissesse respeito ou como se soubéssemos o que se passa dentro dela.
Outro passa pela mesma situação e depois de 5 anos ainda esta sozinha, e vamos bem intencionadamente perguntar se não está na hora da pessoa se refazer.
O ponto aqui é algo de que Lacan diz fazer parte de um processo de análise mas que podemos fazer uma analogia para a vida: o tempo não é cronológico, ele é lógico. E, sendo assim, esse tempo de cada indivíduo passa por três fases: instante de ver, tempo de compreender e momento de concluir. Isso varia absurdamente de uma pessoa pra outra. A pessoa vive a situação, elabora e segue. Importante saber que só se segue em frente quando se digere aquela situação ou aquele sentimento. Lembrando que ruminar não é digerir.
Alguns se recuperam de perdas e tombos emocionais dentro de um "tempo cronológico" mais curto; outros vão precisar de mais tempo para processar o mal-estar. Isso vai variar da estrutura de cada um.
Claro que a gente pode se preocupar com os amigos. Aqui estamos falando é do julgamento moral que fazemos de tudo o tempo todo. A psique inconsciente não possui essa parte da moral. O inconsciente é só desejo de que se realize algo e não se ímporta se é bom ou ruim. A psicanálise deixou essa discussão moral desde o início para os filósofos, ela trata do desejo de cada um, desejo esse que pouco ou quase nada sabemos dele conscientemente.
Então ...cada pessoa tem seu tempo de processar as coisas da vida, não compete a nós, por mais amorosos que sejamos em relação àquela pessoa, interferir nesse tempo ou no desejo que é só dela.
Também temos o nosso tempo e nos irritamos quando alguém tenta ajustá-lo sem nossa autorização, não é mesmo? Há que se ter paciência com o tempo do outro, pois ele também tem paciência com o nosso e por vezes somos tão insuportáveis, não é mesmo?
Psicanálise pura e simples assim.
Crica Viegas
Uma pessoa querida fica viúva ou se separa de alguém que ela amou profundamente. Aparece 6 meses depois com outra pessa e nossa cara não esconde o "já????", como se isso nos dissesse respeito ou como se soubéssemos o que se passa dentro dela.
Outro passa pela mesma situação e depois de 5 anos ainda esta sozinha, e vamos bem intencionadamente perguntar se não está na hora da pessoa se refazer.
O ponto aqui é algo de que Lacan diz fazer parte de um processo de análise mas que podemos fazer uma analogia para a vida: o tempo não é cronológico, ele é lógico. E, sendo assim, esse tempo de cada indivíduo passa por três fases: instante de ver, tempo de compreender e momento de concluir. Isso varia absurdamente de uma pessoa pra outra. A pessoa vive a situação, elabora e segue. Importante saber que só se segue em frente quando se digere aquela situação ou aquele sentimento. Lembrando que ruminar não é digerir.
Alguns se recuperam de perdas e tombos emocionais dentro de um "tempo cronológico" mais curto; outros vão precisar de mais tempo para processar o mal-estar. Isso vai variar da estrutura de cada um.
Claro que a gente pode se preocupar com os amigos. Aqui estamos falando é do julgamento moral que fazemos de tudo o tempo todo. A psique inconsciente não possui essa parte da moral. O inconsciente é só desejo de que se realize algo e não se ímporta se é bom ou ruim. A psicanálise deixou essa discussão moral desde o início para os filósofos, ela trata do desejo de cada um, desejo esse que pouco ou quase nada sabemos dele conscientemente.
Então ...cada pessoa tem seu tempo de processar as coisas da vida, não compete a nós, por mais amorosos que sejamos em relação àquela pessoa, interferir nesse tempo ou no desejo que é só dela.
Também temos o nosso tempo e nos irritamos quando alguém tenta ajustá-lo sem nossa autorização, não é mesmo? Há que se ter paciência com o tempo do outro, pois ele também tem paciência com o nosso e por vezes somos tão insuportáveis, não é mesmo?
Psicanálise pura e simples assim.
Crica Viegas
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