RELACIONAMENTO E REDES SOCIAIS

A era da internet chegou, é um fato. Não tem como voltar ao que o mundo era antes disso.
Mas o ser humano ainda é feito de afeto e não de chip, e temos que ter cuidado porque podemos estar lidando com nossos relacionamentos como se o outro fosse só um perfil do Facebook ou do Instagram.

A rede social encurtou distâncias, lógico, e já reencontramos muita gente que fez a nossa vida melhor em nossos tempos passados e aquela alegria boa volta a cada conversa. Esses reencontros são fantásticos e cheios de emoção. Mas cada um continua sua vida na sua outra cidade ou país. Ponto.

Agora, parece que estamos usando a mesma lógica em relacionamentos próximos, e até nos muito próximos. Casais fazendo DR via Whatsapp, pais que só conseguem falar com filho via internet, eles na sala e o filho no quarto. Casais sentados no sofá conversando via celular. O que está acontecendo com a gente? 

Vamos tratar assuntos pessoais e delicados sem o cara a cara porque estamos com preguiça ou sem coragem de olhar nos olhos do outro? Vamos discutir nosso divórcio e a guarda dos filhos via mensagens porque não temos civilidade o suficiente para falar pessoalmente? Vamos pedir desculpas ao nosso amor somente via internet, virar pro lado, dormir e achar que tá de bom tamanho? Dizer ao filho que o amamos só por essa escrita seca, por mais emoticons e coraçõezinhos que a gente coloque? O celular virou nosso mediador oficial?

Se estamos achando que a internet é o suficiente, realmente tem algo muito fora da órbita dentro de nós.

Amigo a gente chama pra um café,  um suco, uma água, pra nossa casa. Com filho a gente fala olhando na cara, amor a gente discute e argumenta pessoalmente. "Quem roubou nossa coragem?", disse Renato Russo muito sabiamente.

A gente não deveria se contentar com telas. Elas não são capazes de nos abraçar. O toque ainda é fundamental pra nossa saúde psíquica.

Psicanálise pura e simples assim.
Crica Viegas

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

DERMOGRAFISMO - O MOTIVO DO SUMIÇO

O QUE DEIXEI PRA TRÁS EM 2010

O TRANSTORNO DA SÍNDROME DO PÂNICO