O OLHAR E A SEXUALIDADE
O olhar faz parte da sexualidade, termo esse que, para a psicanálise, é muito mais abrangente do que o ato sexual. Olhar e ser olhado. Olhar o nosso próprio corpo e o corpo alheio. Desde bebês, quando sugamos o seio da nossa mãe ou seu substituto, a mamadeira, instauramos instintivamente o nosso olhar para alguém fora de nós. Esse "olhar - ser olhado" pode imprimir marcas de bons afetos ou de estranhamentos e angústias que podem ter gerado traumas, e isso se diferencia pela história de vida de cada sujeito.
O que se ouviu ou viu sobre isso na tenra infância com certeza influenciou atitudes em relação a si mesmo, ao próprio sexo e o sexo do outro. Como assim?
Pode ser que você tenha sido surpreendido ao entrar no quarto dos seus pais despretensiosamente quando eles esqueceram de fechar a porta e viu algo que te fez pensar algo ruim sobre isso. Porque pode ter sido flagrado e ter sido repreendido, o que, para alguns, não causa dano algum em nível psíquico; mas pode ser que para você tenha causado uma sensação que nem você soube ou sabe explicar. Um estranhamento. Um desconforto que talvez você tenha trazido consigo até hoje e que te impeça de gozar plenamente a relação sexual. Mas como? Por um simples olhar meus pais na cama? Sim. Pode acontecer, porque tudo depende de com o você sentiu o que viu e viveu.
Também tem o que Freud chamou em 1905 de "teorias sexuais infantis": na infância, além daquela conhecida pergunta "de onde vêm os bebês" que toda criança faz, fantasiamos muitas vezes que os pais fazem sexo, mas não sabemos exatamente como, e isso pode gerar uma vontade inconsciente de espiar. Talvez por motivos mil (identificações, encontros, desencontros) essa vontade de espiar possa ter permanecido e você secretamente tem esse prazer de olhar. Não há problema algum se o olhar faz parte do jogo erótico, mas tem o jogo, com a finalização na união dos corpos e o gozo: se você se satisfaz plenamente apenas olhando sem precisar tocar no outro, pode ser que você tenha represado seu instinto sexual em algum ponto da corrente e isso pode ser uma boa oportunidade para procurar um profissional que vai pensar essas questões com você.
Psicanálise pura e simples assim.
Crica Viegas
O que se ouviu ou viu sobre isso na tenra infância com certeza influenciou atitudes em relação a si mesmo, ao próprio sexo e o sexo do outro. Como assim?
Pode ser que você tenha sido surpreendido ao entrar no quarto dos seus pais despretensiosamente quando eles esqueceram de fechar a porta e viu algo que te fez pensar algo ruim sobre isso. Porque pode ter sido flagrado e ter sido repreendido, o que, para alguns, não causa dano algum em nível psíquico; mas pode ser que para você tenha causado uma sensação que nem você soube ou sabe explicar. Um estranhamento. Um desconforto que talvez você tenha trazido consigo até hoje e que te impeça de gozar plenamente a relação sexual. Mas como? Por um simples olhar meus pais na cama? Sim. Pode acontecer, porque tudo depende de com o você sentiu o que viu e viveu.
Também tem o que Freud chamou em 1905 de "teorias sexuais infantis": na infância, além daquela conhecida pergunta "de onde vêm os bebês" que toda criança faz, fantasiamos muitas vezes que os pais fazem sexo, mas não sabemos exatamente como, e isso pode gerar uma vontade inconsciente de espiar. Talvez por motivos mil (identificações, encontros, desencontros) essa vontade de espiar possa ter permanecido e você secretamente tem esse prazer de olhar. Não há problema algum se o olhar faz parte do jogo erótico, mas tem o jogo, com a finalização na união dos corpos e o gozo: se você se satisfaz plenamente apenas olhando sem precisar tocar no outro, pode ser que você tenha represado seu instinto sexual em algum ponto da corrente e isso pode ser uma boa oportunidade para procurar um profissional que vai pensar essas questões com você.
Psicanálise pura e simples assim.
Crica Viegas
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